Neste e no próximo post, listarei alguns dos personagens mais relevantes do livro, com uma pequena descrição ou curiosidade sobre cada um.
TEOBALDO – 40 anos, alto, forte e de modos grosseiros. Vaqueiro da Vila
de Campo Maior. De poucas palavras, pouca educação, mas justo.
Responsável pela sua família e por gerir a Fazenda Carnaúbas,
cuidando de pequenas criações de gado e plantações.
Primeiro desenho que Caio Oliveira fez de Teobaldo. Arte final minha.
Teobaldo é um dos protagonistas e foi o primeiro que visualizei. Alguns anos antes de cogitar fazer F&F, criei um personagem chamado Corisco. Rabisquei algumas tirinhas sobre ele: um super herói nordestino que era uma mistura de Shazam com Thor. Esse visual de vaqueiro me parece bastante forte, por isso, mantive ele em mente.
Corisco, personagem que inspirou Teobaldo. Desenho meu, provavelmente de 2006.
Mas um rosto foi muito decisivo pra mim quando transformei o "Corisco" em "Teobaldo": o de Lance Henriksen, mas conhecido como o android do filme "Alien" ou o agente Frank Black, da série "Millennium". Ele é mais velho que o Teobaldo, mas o rosto que eu queria era esse, como se talhado a faca.
Lance Henriksen, dono do rosto que foi inspiração para Teobaldo
O nome Teobaldo me foi sugerido pelo Caio, que teria tirado de Grande Serão Veredas (ele jura que já leu esse livro). O fato é que eu gostei, pois de alguma forma, somente na minha cabeça, parecia uma derivação de "Ataliba O Vaqueiro", personagem do livro de Gil Castelo Branco, marco na literatura piauiense. Aliás, esse, um livro que li tanto quanto meu irmão leu Guimarães Rosa.
ZEZÉ – Garoto,
16 anos, franzino e curioso. Sobrinho de Teobaldo. Ajuda o tio nos
afazeres da fazenda Carnaúbas. Recebe com entusiasmo a notícia da
possibilidade de uma guerra e de participar dela, mudando
radicalmente o cotidiano de sua vida brejeira.
Zezé foi bastante modificado, desde sua concepção inicial. Decidimos tirar o chapéu de palha por um de couro e tirar os cabelos lisos por encaracolados.
Gosto muito do Zezé. De certa forma, é quem mais se modifica ao final da história, como se tudo o que acontece fosse para que de lá, tirasse uma lição.
JOANA – Garota,
17 anos, tímida, retraída, de olhar distante e ausente. Irmã de
Zezé, é quem ajuda nos afazerem domésticos. Religiosa e
esperançosa de que a guerra não aconteça, mas possui uma certeza
fúnebre de que ela cairá com forte drama sobre a casa onde vive.
Joana se apaixona por Luis.
Joana não teve esboço. Seu visual surgiu como uma variação mais nova de Dolores, sua mãe. Posso revelar que minha maior inspiração para essa personagem foi minha namorada, Natália.
DOLORES –
Mulher, 38 anos, alta e magra. Irmã de Teobaldo. Viúva que educou
os dois filhos (Joana e Zezé) com a morbidez que a morte do marido
lhe atribuiu. É o espírito vivo que assombra a casa. Fria e de
poucas expressões, poucos percebem que recebe com contida alegria a
confirmação de uma guerra eminente.
JANUÁRIO –
Homem, 45 anos, corpulento e roliço. Fazendeiro português, dono da
fazenda Carnaúbas e patrão de todos os moradores de lá. Nervoso e
fofoqueiro, defende os interesses coloniais lusitanos.
O nome Januário veio do pai do músico Luiz Gonzaga. Não sou bom de criar nomes e, o primeiro que me parece adequado eu coloco. Januário acaba sendo o "alívio cômico" do livro, mas acredito não ter caído no clichê das "piadas de português".
CELINA – Mulher,
30 anos, magra, alta e atraente. Casada com Januário. É uma muito
religiosa e de personalidade forte, crítica e que mantém suas
dúvidas e opiniões mesmo sob o julgo e a sombra do marido e da
Igreja, que defendiam a política colonial lusitana.
Celina aparece pouco, mas gosto dela também e, se um dia eu escrever uma história que se passe antes da Batalha com esses personagens, ela terá grande participação.
AUGUSTO –
Criança, 10 anos, baixo e gordo. Curioso, mas silencioso. Filho de
Januário e Celina.
ESPERANÇA –
Criança, 11 anos, alta e magra. Disciplinada e atenta aos fatos que
acontecem em seu redor. Filha de Januário e Celina, irmã de
Augusto.
LUÍS – Jovem de
20 anos, alto, forte e loiro, de espírito aventureiro e romântico.
Batedor do exército imperial, natural de Lisboa. Prefere a paz, mas
está disposto a guerrear se for necessário para defender as ordens
que receber. É o soldado de maior confiança de Fidié. Luis se
apaixona por Joana.
Esboço, referência e desenho de Caio para Luis.
Luis foi engraçado: Eu fiz um esboço e tinha na minha cabeça que ele tinha de parecer um desses meninos que fazem sucesso em Malhação. Como não sou um grande conhecedor desse tipo de referência, o primeiro rosto que me veio à memória, que parecia ter o biotipo europeu adequado ao personagem, foi o cantor Felipe Dylon. Caio pegou a ideia e fez direitinho.
CARLOS – Jovem,
22 anos, forte, alto. Ex-escravo que trabalha agora como estafeta
(cavaleiro que faziam o antigo serviço de correios entre uma vila a
outra em curto espaço de tempo), levando cartas e ofícios. Amigo de
Zezé e de sua família. Se mantém distante das questões políticas,
apesar de estar sempre bem informado.
Carlos tem uma coisa especial: de alguma forma, é uma homenagem a um amigo de infância que não vejo mais, Carlos Eduardo, o "Carlim", que era meu vizinho quando ainda morava em Piripiri. Carlos também tem um papel importante no livro, pois é ele quem carrega e costura as notícias entre a capital Oeiras e a fazenda Carnaúbas, onde a maioria desses personagens vivem. Assim, Carlos é quase um narrador, um historiador, e me identifico muito com ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário