terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Entrevista sobre a Batalha do Jenipapo



 1- Porque quadrinhos sobre a Batalha do Jenipapo, como surgiu a ideia?

Eu já pensava no assunto enquanto fazia o curso de história na UESPI, lendo textos como o do Monsenhor Chaves em minha graduação. Sempre achei o texto do Monsenhor bem didádito e visual. Isso me estimulava a querer desenhar algo, ainda mais porque eu já tinha a percepção de que seria algo que poderia se transformar em um épico, em uma grande história.

Quando concluí os estudos, comecei a trabalhar na FUNDAC e, lá, na adaptação da peça de teatro que o Estado sempre fez, escrita por Aci Campelo. Enquanto trabalhava lá, também vi o Governo dar mais importância à Batalha, vi o "13 de Março de 1823" ser colocado na bandeira do Piauí. Desse ponto, até fazer um projeto e apresentar para o governo do Estado foi pouco tempo. O projeto foi aprovado e partimos para a produção do quadrinho.


2- Quanto tempo levou a sua confecção?

1 ano. 4 meses para o roteiro, 6 meses desenhando e 2 meses editando.


3- Esse trabalho foi levado para as escolas?

Não! Esse é minha grande tristeza e decepção, tanto com o Governo quanto com escolas privadas. O quadrinho foi lançado em 2009. Já são quase 13 anos. Tenho certeza que muitos professores, diretores, pedagogos (o que seja) sabem da existência desse livro, não dá pra alegar ignorância, mas ele nunca foi utilizado com um paradidático por escola nenhuma. Nem mesmo quando o Estado tinha quase 2mil exemplares guardados em seus estoque. 

Falta uma política para isso. Recentemente, enviei um exemplar para um edital do Governo para seleção de paradidáticos. Espero que com os 200 anos da Independência e os 200 anos da Batalha ano que vem, a gente possa ter maior visibilidade.


4 - Você acredita que, nesse caso, os quadrinhos despertam bem mais interesse do aluno no assunto, do que em livro didático?

Gostaria de dizer que sim. Mas estamos vivendo num contexto de tik tok, onde tudo é tão rápido e em movimento, que qualquer leitura que alunos possam vir a fazer deve ser estimulada. Quadrinho não é melhor ou pior que qualquer outro tipo de leitura que um aluno possa vir a fazer. O importante é que tenhamos bons professores, que selecionem um bom material de suporte para o ensino e meu quadrinho pode servir muito bem a esse propósito.


5- Vocês pensam em relançamento da edição?

Eu fiz uma nova edição em 2018 e ainda tenho algumas poucas centenas de exemplares aqui, que supre meus clientes aqui na livraria Quinta Capa. Mas eu penso em novas edições. Se uma escola grande decide adotar o livro em algumas séries e se eu precisar de 500 unidades, eu precisaria reimprimir o livro. E se o Estado resolvesse adotar e colocar 1 livro na mão de cada aluno na rede pública? Seria algo muito grande. 

Mas eu penso em fazer também uma edição especial de 200 anos da Batalha do Jenipapo, em formato grande, capa dura. Edição especial de colecionador. Estou trabalhando para isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário